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Retrospectiva 2017: economia registra momentos marcantes e o fim da recessão para o Brasil

economia

Em meio a tantos escândalos e incertezas, o ano de 2017 ainda registrou dados positivos para a economia brasileira, dando sinais de melhora. O ano pode ser visto do ponto de vista econômico sob dois aspectos complementares, mas que ainda não foram concluídos: o fim da recessão e as reformas estruturais que o país tanto precisa.

Ainda que marcado pelo fim da recessão, 2017 também registrou reflexos da crise na economia brasileira com sucessivos cortes de gastos, interrupção de serviços públicos por falta de recursos, aumento de tributos e situação crítica nas contas públicas de alguns Estados. Com o início da retomada a partir do segundo semestre, a inflação e a taxa básica de juros registraram quedas sucessivas, e a criação de emprego chegou a registrar sete altas consecutivas.

Relembre alguns fatos importantes:

Fim da recessão técnica

A recessão que assola o país desde o segundo semestre de 2014 apontou seu fim em 2017. Contudo, a economia real, diferente da apresentada pelos números, ainda sente os efeitos da pior crise recessiva da história do Brasil: desemprego em alta, crescimento muito baixo do PIB e inflação “das compras do dia-dia” em alta. Após um ciclo recessivo, as contratações de trabalhadores são uma das variáveis que mais demoram a se recuperar. O ano de 2017 evidenciou as dificuldades que o mercado de trabalho enfrenta, mas é importante destacar que ainda existem muitos trabalhadores empregados na ilegalidade ou no mercado informal, que não entraram nos números oficiais.

Crescimento do PIB

Após dois anos de queda e ainda com crescimento modesto, o Produto Interno Bruto voltou a crescer em torno de 1%, o que amplia as expectativas para o futuro, mas também evidencia a lenta recuperação da economia.

Controle da Inflação

O ano de 2017 foi marcado por um forte processo de desinflação, que surpreendeu agentes econômicos. A recessão dos últimos anos contribuiu para conter os preços. A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou abaixo de 3%, que é o piso da meta. Desde 1998, não se registrava inflação abaixo deste percentual e depois de três anos com inflação acima de 6%.

Com a contribuição da safra agrícola, os preços dos produtos alimentícios, que respondem por 25% das despesas das famílias, foram decisivos para as seguidas quedas nas taxas de inflação ao longo do ano e encerraram novembro com os custos menores pelo sétimo mês consecutivo. Por outro lado, os preços de gás, gasolina e energia subiram ao longo de 2017, mas têm peso menor ao serem comparados com a queda dos alimentos.

Selic registra mínima histórica

Outro ponto de destaque foi a queda da taxa básica de juros, a Selic, que está diretamente relacionada com os preços mais baixos e expectativas para uma inflação menor. Em 2016, a taxa estava em 14,25%, quando foi iniciado o ciclo de cortes, resultando no alcance de 7% ao ano, em dezembro. Desde a adoção do regime de metas de inflação, em 1999, não se registrava tal taxa. Em dezembro, o Comitê de Política Monetária – Copom sinalizou que pode haver nova redução da Selic em fevereiro de 2018. Segundo o comitê, a continuidade da redução da taxa depende da evolução da atividade econômica e das expectativas de inflação.

Orçamento e meta fiscal

Apesar da perspectiva positiva de crescimento, a demora na recuperação econômica acarretou dificuldades na administração do Orçamento em 2017, chegando a comprometer o funcionamento de serviços públicos. Depois de constatar a incapacidade de cumprimento da meta fiscal, a equipe econômica aumentou tributos, especialmente o PIS/Cofins dos combustíveis. Com algumas medidas, ainda foi possível registrar, em 2017, a recuperação da economia, a alta de impostos e algumas receitas extraordinárias que impactaram na melhora do caixa do governo.

Crédito

O crédito no país registrou o segundo ano seguido de queda, mas com expectativa de retomada em 2018. Em 2017, houve redução do custo dos empréstimos para empresas e famílias, mas as taxas ainda são altas. Os recuos foram influenciados pela redução da taxa básica de juros, a Selic, e da inadimplência.

Mudança na Poupança

Em decorrência da baixa da Selic, a remuneração da poupança alcançou rendimento de 70% da Selic. Isso acontece de acordo com a regra em vigor desde 2012, que define esse percentual de rendimento quando a taxa Selic apresenta resultados igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Antes da regra, a remuneração era de 6,27% ao ano. Vale lembrar, que a nova regra só é válida para depósitos feitos a partir de 04 de maio de 2012.

Reforma Trabalhista

2017 ainda foi um ano de sequência em uma série de reformas. O Governo Federal conseguiu aprovar a reforma trabalhista, alterando mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, depois de aprovar a regra do teto de gastos, em 2016.

Privatizações

Outro aspecto de impacto para a economia no Brasil foi o pacote de privatizações. Na tentativa de estimular a economia e obter receitas para ajudar a fechar as contas públicas, o Governo anunciou 57 projetos incluídos no Programa Parcerias de Investimentos – PPI. Fazem parte da lista 14 aeroportos, 11 blocos de linhas de transmissão de energia elétrica, 15 terminais portuários, rodovias e empresas públicas como Casa da Moeda, Companhia Docas do Espírito Santo, Casemg e CeasaMinas. Outra decisão aguardada pelo mercado foi o anúncio da privatização da Eletrobras, com R$ 15 bilhões de projeção do mercado.

Saque do FGTS

Medida provisória que liberou saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, gerou alívio financeiro para muitas pessoas e injetou R$ 44 bilhões na economia e beneficiou 25,9 milhões de trabalhadores, segundo o Ministério do Planejamento. O que, consequentemente, gerou contribuição positiva ao PIB.

Aumento do Bitcoin

A criptomoeda, criada em 2008, entrou definitivamente no debate público em 2017. O bitcoin iniciou o ano valendo em torno de US$ 1 mil e chegou perto dos US$ 20 mil em dezembro. Mas, conhecida por ser volátil, a cotação caiu bastante próximo ao fim do ano, US$ 15,6 mil. O mais importante, contudo, talvez não seja o crescimento do bitocoin, mas como as criptomoedas ganharam espaço e se consolidaram em 2017. O bitcoin estreou nas bolsas de futuros nos Estados Unidos e outra criptomoeda, o litecoin, também apresentou valorização significativa nesse ano.

 

Fontes:

https://www.istoedinheiro.com.br/fim-da-recessao-queda-de-juros-e-da-inflacao-marcaram-a-economia-em-2017/

https://janusinvestimentos.com/analise-macroeconomica/perspectiva-2018-na-economia-brasileira/

http://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2017/12/retrospectiva-2017-os-fatos-mais-importantes-para-economia.html

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